segunda-feira, janeiro 01, 2007

Santa Cruz de La Sierra, 29 de dezembro de 2006


Aportamos aproximadamente às 11:00 na Estaçao Ferroviária de Santa Cruz, a maior que encontramos até agora. Havia muitas pessoas na estaçao, muitas lojas e empresas de ônibus, oferecendo os mais diversos destinos.

A grande maioria dos brasileiros que viajavam conosco, tinha a intençao de seguir para La Paz, porém as passagens haviam se esgotado, entao muitos aceitaram ir até Cochabamba, cidade que fica na metade do caminho para La Paz.

Obs: Durante a viagem, um fato curioso ocorreu. A aliança de prata que trago sempre comigo, perdera o aspecto prateado ficando quase que totalmente negra, um negro prateado mui belo e curioso. Durante a viagem de trem, nao houve grande oscilaçao de altitude (em torno de 160 metros), fato que talvez pudesse ter alguma influência. Nao encontrei portanto, motivo algum que pusesse explicar tal fato. Creio, contudo, que exista uma boa explicaçao científica para tal, estando curioso para descobrí-la.

As passagens para Cochabamba no entanto, também teriam acabado para hoje, nao restando outra alternativa ao grupo além de dormir em Santa Cruz e tentar conseguir mais passagens para amanha cedo.

Apesar de todos estes contratempos, acabamos conseguindo passagens junto com a maioria dos outros brasileiros para às 19:00 hs em direçao à Cochabamba, no valor de 70 bolivianos ( R$ 1 = Bs 3,3 e U$ 1 = Bs 7,8 aproximadamente Bs = bolivianos).
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Até a hora do ônibus, ocupamo-nos em tomar banho, comer e mandar notícias pela intenet aos familiares, assim como fazer ligaçoes.

Às 19:30 hs, partimos entao da estaçao de Santa Cruz para Cochabamba, num ônibus muito apertado e sem banheiro para mais uma viagem de 10 hs.

Escrevo agora, sentado ao lado de um boliviano, que parece repousar em seu sono merecido. Meu banco aparentemente nao reclina, ficando num ângulo próximo a 90 graus. Encontro-me cansado, e esperava dormir profundamente até nosso destino, mas diante desse contratempo, nao sei se será possível. Nao posso reclamar porém, uma vez que logo à frente, no corredor do apertado ônibus um senhor viaja sentado sobre a sua mala.

Peço à Deus que essa nossa viagem também seja tranquila e sem percalços, assim como tem sido até agora.

A viagem de ônibus até CBBA (Cochabamba) foi a pior até agora. Passei boa parte da viagem em pé. O calor no início da viagem era praticamente insuportável, ampliado ainda mais pelas janelas fechadas devido à forte chuva. Num intervalo de cerca de 3 em 3 segundos, um relâmpago iluminava as encostas, montanhas e barrancos que nos cercavam.

O modo de dirigir dos motoristas de ônibus bolivianos é bem característico. Eles costumam dirigir sempre em alta velocidade, e em determinados trechos, andam no meio da pista dupla, assumindo a mao oposta toda vez que planejam uma ultrapassagem, por mais longe que o carro a ser ultrapassado esteja. E só retorna à sua pista quando vê um carro vindo em direçao contrária (apenas nesse momento ele abaixa a luz alta, tornando a acendê-la toda vez que o automóvel que vem em sentido contrário termina de passar).

Conforme subíamos as encostas, percebíamos a temperatura abaixando. Tentei por várias vezes descansar, mas a única coisa que conseguia eram breves períodos de cochilo, que traziam-me dores no pescoço, uma vez que o banco nao deitava.

Chegamos por fim, 1 hora antes do previsto, em CBBA (4:00 hs) e entramos na estaçao por volta das 04:45 hs. É interessante ressaltar a beleza da cidade de Cochabamba vista de cima, toda iluminada, ao chegar à cidade descendo pela estrada.

P.S.: Ainda nao foi possível descarregar as fotos das máquinas digitais, nao havendo portanto ainda imagens da viagem que possam ser disponibilizadas aqui. Assim que possível, isso será feito.