Cochabamba, 30 de dezembro de 2006
Despedimo-nos de nossos amigos brasileiros que saíram às 05:30 para La paz, cidade em que passariam o Reveillón antes de seguir para Machu Picchu. Saímos entao em direçao ao campo onde estaria acontecendo o Jamboree. Segundo informaçoes que o chefe Maurício conseguira, seria apenas ir até a Laguna Alalay, e seguir mais dois quarteiroes. No site do Jamboree dizia que era no Campo Escola, que ficaria a uma hora de ônibus a leste de Cochabamba, sendo que o último km seria de estrada de terra. Pegamos um ônibus do terminal até a Laguna Alalay, onde descemos e começamos a percorrer os "dois quarteiroes" com as nossas mochilas (por volta de 25 a 30 kgs cada uma, com exceçao da Tallita, que pesa em torno de 15 a 20 kgs).
Após caminharmos por cerca de 3 km sem ter sucesso nas informaçoes em que pedíamos, tendo inclusive ouvido informaçoes contraditórias, paramos para descansar e tomar um chá no "mirador" do lago.
Passados cerca de 20 minutos de descanso, resolvemos retomar a nossa caminhada, rumo a encontrar o local do acampamento. Porém, após andar mais 1 km, resolvemos parar um táxi para perguntar, e descobrimos que havíamos passado pelo local logo no começo da nossa caminhada. Subimos no táxi entao, que por 7 Bs levou-nos até o local.
Chegando lá, percebemos que se tratava do Centro de Scouts de CBBA (Cochabamba), nao sendo portanto o local que procurávamos. Porém, como que por destino, naquele momento saía dali um ônibus para o exato local do Jamboree. Corremos entao, memo com as mochilas, a fim de nao perdermos a conduçao que levaria-nos finalmente ao nosso destino.
Após cerca de 1 hora de viagem na direçao leste de CBBA (afinal de contas a indicaçao do site estava correta) e pegar a estrada de terra, finalmente conseguimos chegar ao local do Jamboree. Deixamos nossas mochilas na tenda principal (onde funcionava o banco, a loja escoteira, o supermercado e a administraçao) e fomos verificar a possibilidade de participarmos do Jamboree até o dia 1º de janeiro de 2007 (a data final do evento é 4 de janeiro de 2007).
Conversamos c0m a chefe da Delegaçao Brasileira, Mara, e com o chefe da Delegaçao Interamericana Gérman, que autorizou-nos a participar pagando uma taxa de U$ 10,00 (individual) pelo período solicitado, como membros do Staff - Seguridad devendo reportar-nos ao responsável Marcelo.
Desempenhamos algumas tarefas básicas durante o dia, e à noite houve uma festa com as danças típicas da maioria dos países presentes no IV Jamfra (Jamboree da Fraternidade), sendo que o Brasil apresentou uma quadrilha, e como nao poderia faltar, o samba. É bom ressaltar qua a Delegaçao Brasileira recebeu-nos extremamente bem.
Nessa noite, tivemos o nosso primeiro problema de relacionamento durante a viagem dentro do grupo. Como acabamos esquecendo a barraca, nao tínhamos lugar para dormir. A princípio, ficara acertado que dormiríamos embaixo de uma cobertura onde o pessoal do Staff se alimenta. Porém a mesma é toda aberta dos lados, sem proteçao contra o vento.
Uma pioneira convidara a Talli para dormir na barraca dela, uma vez que ela estava sozinha numa barraca para 4 pessoas. A Talli questionou-me se poderia, e eu informei-a que da minha parte nao haveria problema, mas eu achava que da parte do Chefe Maurício ele nao autorizaria.
Logo após a festa noturna, e chegada a hora de dormirmos, a Tallita questionou ao Chefe se poderia dormir com a pioneira. O Chefe disse que nao, pois antes de nossa saída havíamos combinado de fazermos tudo juntos.
A Talli ficou muito chateada, chegando a chorar e a reclamar para mim da inflexao do Chefe. Chegou a afirmar que dessa maneira nao seria possível prosseguirmos em nosso projeto. Nesse momento entao, tentei assumir uma posiçao de mediador, conversando tanto com a Tallita quanto com o Chefe, a fim de resolvermos nossas diferenças sem colocar em risco todo o nosso projeto.
Graças à intervençao de um outro chefe da Delegaçao Brasileira, a compreensao da situaçao pelo Chefe Maurício, e a autorizaçao da Chefe Mara, responsável por toda a Delegaçao Brasileira, todos acabamos dormindo em barracas brasileiras: a Tallita na da pioneira Tati, eu com o pioneiro Eduardo de Campo Grande, e o Chefe Maurício junto de outro chefe, o Fred.
P.S.: O local do acampamento é na encosta de uma montanha, num terreno cheio de pedras e onde nao existe água encanada. As condiçoes dos banheiros (baños) sao péssimas, muitas vezes inclusive faltando água, tanto para o banheiro quanto para o as torneiras e chuveiros (duchas).
<< Home