segunda-feira, janeiro 15, 2007

La Paz, 8 de janeiro de 2007


Levantamos por volta das 06:30 hs, arrumamos todas as nossas coisas, deixamos um bilhete de agradecimento (folder do grupo) e a chave da sede e partimos para a estação rodoviária.

A paisagem que podemos observar ao longo da estrada é simplesmente magnífica. Montanhas e campos verdejantes contrastando com o Lago Titicaca, o lago navegável mais alto do mundo. Na primeira de nossas paradas, observara duas gaivotas fazendo acrobacias em vôo, e é claro, não pude deixar de lembrar-me de nosso querido Fernão Capelo Gaivota.

Chegamos mais tarde a um ponto onde todos tivemos que descer do ônibus para podermos atravessar o Lago Titicaca ao custo de 1,5 Bs (algo em torno de R$ 0,50), em pequenos barcos de madeira com motores de popa.

Uma vez atravessados os ônibus também (estes em grandes balsas de madeira), voltamos a embarcar, e a termos acesso novamente a espetaculares paisagens. Prosseguimos novamente nossa viagem até Copacabana (Bolívia), onde teríamos que esperar duas horas até a chegada do outro ônibus que nos levaria ao nosso destino final.

Porém, um contratempo aguardava-nos: logo da nossa saída de La Paz, uma senhora da empresa de ônibus solicitara a passagem de todos, a fim de tirar uma "cópia". E quando voltara, não devolvera a nossa. Uma vez em Copacabana, a empresa de ônibus afirmava que nossas passagens eram somente até aquele ponto. Pronto! Era só o que faltava! Agora por conta de um canhoto não devolvido teríamos que comprar as nossas passagens até Puno.

Argumentamos com o pessoal da empresa, o que os fez ligar para La Paz a fim de confirmarem o que dizia a segunda via do comprovante da passagem. Uma vez resolvida essa questão tínhamos ainda cerca de uma hora antes do ônibus que levaria-nos partir.

Fomos comer algo e acabamos caindo num restaurante vegetariano mas que também servia carne (vai entender...) e eu acabei por pedir um hambúrguer com bacon e ovo (o local parecia confiável, limpo e tudo o mais, porém creio ter sido nessa refeição em que peguei uma intoxicação alimentar) e por volta das 13:00 hs estávamos de volta para pegar umas vans, que levaram-nos até a fronteira. Regularizamos nosso passaporte (saída da Bolívia e entrada no Peru) e então pegamos outro ônibus, que finalmente levaria-nos até Puno.

Chegamos em Puno por volta das 15:30 a 16:00 hs, e então o Chefe Maurício ligou para o nosso contato naquela cidade, Guilmer. Em alguns minutos, ele chegava na rodoviária para receber-nos e levar-nos para a sua casa, uma construção bem humilde, sem luxos, mas acolhedora e cheia de pessoas muito gentis e boas. Deixamos nossas coisas e seguimos (eu, o Chefe Maurício e Guilmer) ao lago Titicaca. Pegamos um barco, e cerca de 30 minutos depois, chegávamos às ilhas flutuantes, lar de um povo conhecido como Uros.

Nestas ilhas flutuantes vivem famílias que vendem artesanatos, cozinham, e mantém até mesmo pequenso criadores de trutas. As ilhas são feitas com uma espécie de "xaxim" e "palha" seca por cima. Essas plantas, que são cultivadas no próprio rio, possuem uma parte branca que pode ser comida, e com o restante, eles fabricam praticamente todo o restante de suas coisas: suas casas, barcos, móveis e até mesmo as próprias ilhas flutuantes.

Após visitarmos duas ilhas diferentes e observar como aquelas pessoas vivem, voltamos para a casa de Guilmer. Fazia muito frio em Puno naquele momento. Chegando na casa dele, já encontravam-se lá o irmão de Guilmer, Angel, e cerca de 11 escoteiros de Chimbote, todos com pousada na casa de nossos novos amigos.

Eu não me sentia muito bem. Estava com muito frio e cansado. A mãe de Guilmer, gentilmente, percebendo o meu estado, trouxe-me cerca de 3 cobertores, os quais foram essenciais para acabar com o frio. Acabei por adormecer, e por volta das 02:00 hs acordei com uma sede imensa (não sabia onde deixara meu cantil) e uma intensa dor de cabeça. Tentei dormir novamente, mas não era possível: parti então no breu, em busca da minha mochila, onde encontrei água e remédio. Finalmente, consegui dormir mais uma vez.