sábado, janeiro 06, 2007

IV Jamboree da Fraternidade, 31 de dezembro de 2006

Último dia do ano. Segundo o Chefe Maurício, temos até às 14:30 de folga. Ele solicitou que a Tallita pudesse ser incorporada às atividades junto à Tropa Sênior da Delegaçao Brasileira, para que a mesma pudesse aproveitar melhor o Jamboree, no que foi atendido em seu pedido.
Após comer um paozinho com mortadela, eu e o chefe decidimos subir a montanha que existe atrás dos subcampos até o seu topo central, o mais alto de todos. Enchemos nossos cantis, levamos a bandeira do Brasil e do Grupo e um punhado de uvas passas para comermos. À princípio, parecia uma subida tranqüila, mas o terreno cheio de pedras e espinhos dificultou em muito a subida.
Iniciamos a conquista da montanha aproximadamente às 11:30, acreditando que conseguiríamos estar de volta às 14:30 para assumirmos nossas obrigaçoes. Porém, o que parecia fácil, mostrou-se um verdadeiro desafio: por cerca de 4 vezes, em que acreditávamos estar alcançando o topo, exaustos de cansaço, percebíamos que por detrás do "topo", havia outro maior ainda, que nao víamos devido à nossa posiçao durante a subida. Todas as vezes prosseguíamos sem desistir, enquanto as horas passavam, parando inúmeras vezes para descansar, uma vez que nossas pernas já haviam triplicado de peso.
Por fim, após muito esforço e força de vontade, por volta das 15 hs conquistamos nosso objetivo de atingir o pico da montanha visto do acampamento: nossa conquista só nao foi total uma vez que por detrás do topo visto do vale, havia outro maior ainda. Porém, como o nosso objetivo era alcançar o topo visto do vale, devido à avançada hora, e ao nosso cansaço; decidimos nao prosseguirmos mais e dar-nos por satisfeitos em nossa conquista. Descansamos observando a bela paisagem que a montanha de mais de 3000 m de altitude proporcionava-nos.
O que preocupava-nos agora, era a descida, assim como a falta de água: restava muito pouco em nossos cantis, uma vez que a subida exigira-nos muito. Também nao havíamos nos alimentado o necessário para uma atividade como aquela: as uvas passas ajudaram em muito, porém o problema era que deixavam-nos apenas com mais sede.
Iniciamos a nossa descida entao, agora com um sol escaldante sobre as nossas cabeças (a maior parte da subida ocorreu com o céu nublado) o que contribuía ainda mais para a nossa desidrataçao. As pedras soltas também constituíam-se num fator de risco, assim como a enorme quantidade de cactus e plantas espinhosas.
Como nao haviam árvores para abrigar-nos do sol em nossas paradas, descansávamos nas canaletas formadas pela erosao da água que escorria das montanhas, na pouca sombra em que forneciam. Ao descer pelas tais canaletas, minha sede era tamanha, que imaginava a água correndo pelas mesmas.
Seguindo o Chefe Maurício, acabamos por encontrar um caminho de enormes pedras em que começamos a descer. E pela graça do Bom Deus, mais abaixo, eu encontrei uma poça de água, formada pela chuva. O aspecto da água era cristalino, fresco, sem cheiro e sem sabor: nao pensei duas vezes e tomei-a, agradecendo a Deus por suprir nossas necessidades (ao escrever estas linhas, nao posso deixar-me de esquecer daquela passagem em que Deus nos diz que se cuida das aves do céu e das flores do campo, como os lírios que hoje existem e amanha sao lançados ao forno; quanto mais Ele nao há de cuidar de nós, filhos de Deus. E que por conta disso tudo, nao devemos preocupar-nos, uma vez que ele está sempre disposto a cuidar de nós, sendo necessário para isso apenas deixá-lo assumir a posiçao central em nossas vidas - Mateus 6:25-34).
Ao descermos mais um pouco, encontrei um reservatório de água maior ainda, onde pude inclusive encher o meu cantil.
Tive um pequeno contratempo após isso, ao escorregar nas pedras e passar a minha mao numa planta cheia de espinhos, retirados logo após com a ajuda do canivete. Por fim, chegamos de volta ao acampamento, extremamente exaustos, e com fome, por volta das 18:00 hs.
Mais tarde, após descansar um pouco, e tomar um banho, dirigi-me ao subcampo onde acontecia a festa de ano novo dos brasileiros (às 22:00 hs daqui). Após comer e confraternizar com nossos compatriotas, dirigimo-nos às 23:00 hs ao subcampo dos argentinos, para desejar-lhes um Feliz Ano Novo.
Partimos entao, por volta das 23:30 hs para a arena central, a fim de esperar para comemorar no horário local a chegada do Ano Novo. Com muita festa, fogos e comemoraçao, festejamos entao pela 3º vez a chegada do Ano Novo, junto com todos os restantes dos nossos irmaos escoteiros.
Logo após fui dormir, uma vez que o cansaço pedia a cama.