quarta-feira, outubro 10, 2018

Surpresa




Tem coisas que fazem muita falta.
E hoje uma coisa aparentemente simples, fez uma falta do caramba.
Eu cheguei em casa e, como sempre, não tinha ninguém. 
Mas não. Não foi isso que pegou. 
Não foi o fato de não ter ninguém me esperando. Foi outra coisa. HOJE foi outra coisa.

Eu me dei conta de quanto tempo faz que eu não tenho uma surpresa. 
Sim. Uma surpresa. Uma surpresa qualquer. 
Sabe aquela coisa que você não está esperando? Pode ser qualquer coisa... um bilhete, um bombom, um agrado, um presente, um beijo... saber que alguém pensou em você. Que alguém, em algum momento do seu dia, no intervalo de suas ocupações, separou um tempo pensando em você. É triste... se dar conta de que os dias estão passando, as coisas acontecendo, e a sua vida passa a ser uma sucessão de rotina, sem nenhum tipo de surpresa. Sem nenhum tipo. 
Cara... como faz falta uma surpresa. Saber que você foi lembrado.

Me lembro de quando você me fez uma surpresa no meu aniversário. Preparou um jantar... decorou todo o apartamento...  Investiu tempo, investiu dinheiro, investiu dedicação, atenção, carinho, cuidado e amor. É bem verdade que a gente só sente falta, só percebe a importância de algo quando não tem mais. Acho que é uma falha do ser humano... não sei. Mas é um sentimento comum a todos.

Bateu uma tristeza feroz.... faz muito tempo que eu não sei o que é ser surpreendido. Impressionante como algumas coisas simples podem fazer tanta falta...

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sexta-feira, outubro 05, 2018

CAMPO DE BATALHA




CAMPO DE BATALHA

 
A lua cheia resplandece no céu,

acompanhada de nuvens misteriosas.

Elas filtram a luz como um véu,

iluminando somente as almas mais corajosas...

 

A razão se sobrepõe a emoção,

e não existe motivo para o medo.

Somente os puros de coração

sobreviverão para um novo começo.

Os demais, perecerão no calor da batalha,

lutando para salvar suas almas, que já se acham perdidas,

esperando para encontrar, com o fim, o fim de suas vidas.

 

Todos já conheciam seus destinos,

mas preferiram não encará-lo nos olhos,

mesmo ao ouvirem o toque dos sinos,

não se demoveram de suas intenções iniciais,

acreditando não haver mais esperanças,

ocupando-se com considerações finais

transpassados e feridos com lanças,

em busca de seus ideais.

 

São poucos os que permanecem de pé,

esparsas montanhas de glória e força, coragem, luta e honra.

Contemplam os montes caídos,

exemplos de pouca fé.

Não passaram ilesos pelo terremoto maldito;

cada um levará consigo cicatrizes da batalha,

recordações amargas, lições cravadas na pele.

  

A noite foi longa e penosa,

guardará para si segredos,

histórias que não serão lembradas,

enterradas num vale de sangue.

Guardadas por inúmeros cadáveres.

Uma brisa fria e suave,

vem beijar os que caíram,

pobres almas, perdidas e sem rumo,

sem esperança e cheias de sofrimento.

 

A aurora de um novo dia vem coroar os campeões da batalha,

aos heróis que resistiram bravamente, a fúria de seus inimigos;

aos que mesmo feridos mortalmente,

conseguiram reunir forças para salvar a vida de outros,

dando as suas próprias em troca.
 
O Espírito que Anda


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